sexta-feira, 25 de junho de 2010

Bebeto confia na força da Seleção


Tetracampeão diz que Brasil será hexa com a "família Dunga"

O ex-jogador Bebeto poderia ter sido o herói da conquista do tetracampeonato mundial pelo Brasil. Bastaria que Roberto Baggio, da Itália, tivesse acertado aquele pênalti na final da Copa de 1994. O atacante bateria a última penalidade. Não foi assim. Mas, o que realmente valeu foi o título conquistado 24 anos depois do tri no México. Para ele, a união dos jogadores e comissão técnica será determinante para a conquista do hexacampeonato. Hoje, com passagem como técnico do América, do Rio de Janeiro, onde realizou uma campanha regular no último estadual, aguarda convite para voltar ao futebol. Enquanto isso, investe na carreira política, começando pela de vereador, cargo que pretende assumir caso seja eleito.

Você está confiante na campanha da Seleção Brasileira na Copa do Mundo?

A “família Dunga”, como faço questão de chamar o grupo brasileiro, vai calar a boca de muita gente que anda criticando o trabalho do técnico. O grupo do Brasil é difícil, mas é bom para ver logo como a gente vai se sair. O nosso time é muito forte e tenho certeza de que vamos entrar com tudo. A união do grupo será determinante para a conquista do hexa.

Muitos criticam o excesso de volantes na Seleção. Você concorda com essa suposta preocupação defensiva?

Quando uma equipe é muito ofensiva, a defesa acaba sofrendo muito. Em 1994, o time era forte defensivamente e deu base para os atacantes lá na frente. A nossa defesa é a melhor do mundo, além de ser bem protegida pelo meio-campo. Isso transmite confiança e tranquilidade para os atacantes, como aconteceu comigo e o Romário em 94.

Muita gente criticou a ausência de alguns jogadores, como Neymar, Ganso, Ronaldinho Gaúcho e Adriano. Você concorda? Teria chamado algum destes atletas?

Eu teria levado Ganso e Ronaldinho Gaúcho. São jogadores extremamente habilidosos e poderiam fazer a diferença em qualquer partida. Porém, Dunga foi muito coerente em sua escolha. Ele levou todos os jogadores que estão com ele nestes três anos e meio. Não é fácil fechar com um grupo de jogadores. Não é fácil ter 100% da confiança de todos. Isso é muito mais difícil do que implementar um padrão tático e ter sucesso.

Chega a ser preocupante a presença de somente um craque no meio-campo, como é o caso do atacante Kaká, que volta de contusão e não está no melhor de sua forma física e técnica?

Preocupa, sim. É por isso que levaria o Ganso e o Ronaldinho Gaúcho, ou pelo menos um deles, para dar qualidade ao meio-campo. Estou olhando a parte técnica do grupo em relação à criatividade. Não questiono os 23 convocados. A convocação é acertada. Ele levou quem tem comprometimento com a seleção.

A Seleção Brasileira saiu do Brasil com uma certa desconfiança em relação aos torcedores e boa parte da imprensa. Isso prejudica o psicológico do atleta?

Sempre que isso aconteceu, fomos campeões. Eu vejo com bons olhos. O que realmente importa é que os caras sempre tremem quando encaram a amarelinha. Isso jamais ocorrerá com o nosso grupo, que tem jogadores experientes.

Quais as seleções você considera favoritas ao título?

Por tradição, Brasil, Itália, Alemanha e Argentina. Acredito também que Espanha e Portugal vão correr por fora, pois têm times fortes e com bom planejamento tático, além de jogadores de alto nível.

A conquista do tetracampeonato foi um sonho realizado?

Eu sempre sonhei que seria jogador de futebol e nunca desisti desse sonho. O caminho para o tetra não foi fácil. Superei muitos obstáculos. Conquistei meu espaço passo a passo com muita determinação. A carreira de jogador é curta demais e o atleta tem que aproveitar cada oportunidade. Tem que se cuidar e, principalmente, dar exemplo para crianças e adolescentes.

Qual o conselho que você daria para uma criança ou um adolescente que sonha ser jogador de futebol?

Tive vários amigos que jogaram comigo e não deslancharam na carreira. Hoje estão arrependidos por não terem estudado também. Valorizem seus pais e respeitem os professores. Eles só querem o bem de vocês. Assim como em todas as profissões, as grandes oportunidades, muitas vezes, só aparecem para poucos. Muita gente talentosa não tem espaço para mostrar o seu valor. Para ter chance é preciso aquele algo mais, além de muita dedicação e disciplina.

Você criou, com o Jorginho (auxiliar técnico do Dunga), o “Projeto Bola Pra Frente”, que é um bom exemplo do que o futebol é capaz de fazer para ressocializar crianças e adolescentes. Esse objetivo foi atingido?

Felizmente. Temos conquistado isso a cada dia. São 900 crianças e adolescentes, dos 6 aos 17 anos, em situação de vulnerabilidade social, atendidas. O “Bola Pra Frente” oferece oportunidade de promoção social por meio do esporte, educação, arte e cultura e qualificação profissional.
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