Operações da PM no Rio já resulta em 35 mortos

A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou que 35 pessoas foram mortas durante os confrontos na região metropolitana esta semana no Rio de Janeiro. A informação faz parte do balanço das ocorrências publicado na madrugada deste sábado no site oficial da PM.

Veja a cobertura completa da onda de violência no Rio.

Novos ataques

Os ataques continuaram na madrugada deste sábado. Quatro carros foram incendiados em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O Corpo de Bombeiros foi até o local para controlar as chamas. Os ataques aconteceram no bairro de Adrianópolis próximo a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Nova Iguaçu.

Ainda na madrugada deste sábado, uma mala com supostos explosivos levou o Esquadrão Anti-bombas da Polícia Militar até um posto de gasolina na praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio. Os agentes detonaram a mala que estava abandonada no posto. Mas havia apenas roupas velhas dentro da mala.

Noite do sexto dia de ataques

Na noite de sexta-feira (26), dois carros foram incendiados na zona norte do Rio. Por volta das 22h criminosos atearam fogo em um veículo na rua Generosa, em Anchieta. O outro veículo foi queimado na rua Manoel Coutinho, no Jacarezinho. Ninguém ficou ferido

Pouco antes, um trio foi preso em Cascadura, também na zona norte, na avenida Dom Helder Câmara, com um galão de gasolina e munições.

Turma do tráfico

Os traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça como sendo os responsáveis pela onda de violência que assusta a região metropolitana do Rio desde o último domingo (21). Também nesta sexta-feira (26), a mulher de VP, Márcia Gama dos Santos Nepomuceno, foi presa sob acusação de lavagem de dinheiro. O sequestro de bens do casal também foi pedido pela Justiça. A prisão de Márcia Gama Nepomuceno, mulher do traficante Marcinho VP, ocorreu um dia dias após o R7 revelar que um dos motivos que levou o criminoso ordenar os sucessivos ataques no Rio de Janeiro era o temor de que seus parentes pudessem ser presos.

Além disso, três advogados também foram denunciados e tiveram as prisões decretadas. Segundo os autos, eles tinham livre acesso ao presídio federal de Catanduvas (PR) e ficaram encarregados de transmitir, por meio de recados ou bilhetes, aos cúmplices no Rio as ordens para os ataques.

Guerra no Rio

Em resposta à implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), a onda de violência no Rio começou no fim da noite de sábado (20), com ataque na rodovia Rio-Magé (BR-116), na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Desde então, os moradores do Rio de Janeiro não tiveram mais paz.

O terror continuou no domingo e se intensificou nos dias seguintes. Na quarta-feira (24), os bandidos passaram o dia espalhando medo pela cidade. Veículos foram queimados e cabines da polícia metralhadas.

O governo do Estado já avisou que, apesar do clima de terror instaurado, não dará um passo atrás. De acordo com o governador Sérgio Cabral, trata-se de uma reação desesperada dos criminosos.

Desde esta quinta-feira (25), a Polícia Militar tem concentrado a operação na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte da cidade. A ação é liderada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) com o apoio das Forças Armadas. Na tarde de quinta-feira vários bandidos fugiram da Vila Cruzeiro em direção ao Complexo do Alemão. A polícia acredita que 500 criminosos estão escondidos no complexo.

Na sexta (26), 800 militares foram dar apoio nas operações. Blindados, helicópteros e também foram cedidos. As ações da polícia foram ampliadas para o complexo do Alemão e favela do Juramento, para onde os criminosos teriam fugido.

Diversos veículos foram queimados.O comércio fechou cedo. Muitas empresas liberaram os funcionários antes do horário. Os colégios não funcionaram.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que reforçou o atendimento na emergência do hospital Getúlio Vargas, na Penha. Médicos foram deslocados para a unidade para atender os feridos da operação na Vila Cruzeiro.